Os artigos abaixo são de autoria de Fernando Maidana do portal Legião dos Super-Heróis, equipe do portal Aficionados e anônimo do portal Livros e Opinião, respectivamente:
A história dos quadrinhos está repleta de personagens superpoderosos. Mas quais são os heróis brasileiros que se destacam nas HQs?
Confira as 12 escolhas em nossa lista dos super-heróis mais poderosos dos quadrinhos tupiniquins!
13. Jaguar
Vítima de experimentos nazistas com foco na genética, Rafael Hardy virou Jaguar. Um sobrevivente em busca de vingança, Hardy se transforma num perigo felino humanóide.
12. Xexéu
Seu verdadeiro nome é André Mexer e sua aparição acontece numa história de Wolverine. Quando o conhecido mutante cruza com André em Fortaleza, ele vê que o garoto tem o poder da telequinesia e de mexer com o equilíbrio de outros.
André foi sequestrado por Kuhrra Daizonest e lobotomizado pelo vilão. Quando Wolverine encontra o garoto e o leva para os Estados Unidos, descobre que os danos são irreversíveis e o cérebro de André nunca mais será o mesmo.
Xexéu é então o nome atribuído ao mutante que virou zelador no Instituto Xavier.
11. Nata
A mutante Renata da Lima viu seus poderes se manifestarem quando tinha 13 anos. A garota brasileira foi expulsa de casa por seus pais, que não aceitavam sua condição mutante. Nos anos seguintes, viria a trabalhar como segurança em uma boate carioca.
Seus superpoderes são superforça, supervelocidade e superresistência.
10. José Hernandez
Com uma história semelhante a Hal Jordan, José Hernandez era piloto da Força Aérea Brasileira. José se tornou o Lanterna Verde da Terra-D quando outro Lanterna – Tagin Sur – sofre um acidente e passa seu anel e bateria a ele.
José Hernandez se sacrifica para salvar a Supergirl durante o evento Crise nas Infinitas Terras.
9. Velta
Velta é o codinome de Katia Maria Lins, adolescente mineira, criada em 1973 por Emir Ribeiro. Katia ajudou um alienígena a se recuperar de ferimentos e foi recompensada com uma amplificação de ondas cerebrais.
Sempre que desejar, Katia se transforma na gigante louríssima Velta, uma super-heroína capaz de emitir energia de qualquer parte de seu corpo.
Curiosamente, Velta não combatia o crime por motivos altruístas. Ela o fazia às vezes por exibicionismo, outras vezes por dinheiro ou apenas quando dava vontade! Velta olhava sempre primeiro para ela mesma, embora seu caráter seja do lado do bem.
8. Miragem
Miragem é o nome mutante de Miriam Delgado, uma Jovem Titã vinda do futuro. Sua viagem ao passado teve como objetivo impedir que Donna Troy desse à luz o bebê que quando adulto se tornaria no Lorde Caos.
A mutante consegue se disfarçar em qualquer pessoa através da criação de ilusões psíquicas. Foi devido a essa capacidade que se fez passar por Estelar, a namorada de Asa Noturna, e assim engravidar dele. Desde que sua filha Julienne nasceu, Miriam deixou os Jovens Titãs e se focou em ser mãe.
7. Raio Negro
Raio Negro foi criado por Gedeone Malagola e marcou seu lugar na história dos super-heróis brasileiros. O herói foi criado à imagem da Era de Prata americana, e o modelo que inspirou sua criação foi Lanterna Verde.
Em meados dos anos 60, no meio da corrida ao espaço, Raio Negro se tornou o primeiro astronauta brasileiro. Seu nome original era Roberto Salles, um piloto da Força Aérea Brasileira que foi contactado por um alienígena.
O estranho era Lid do planeta Saturno, que pediu a Roberto que o orientasse de novo para o seu planeta. O piloto ajuda Lid e este agradece o gesto oferecendo a ele o Anel de Luz Negra. Esse poderoso anel é feito da energia de Saturno e confere a Roberto superforça, supervelocidade, capacidade de voo e de disparar raios energéticos.
6. Shark-girl
Iara dos Santos era uma garota levando uma vida normal no Recife, até seus poderes se manifestarem estranhamente. Iara sente uma vontade súbita e imparável de comer peixes que não consegue explicar.
Num confronto com pescadores, Iara se transforma num tubarão humanóide e perde o controle. Tanto Anjo como Mística tentaram que Shark-girl se juntasse a suas equipes, mas Iara resistiu até decidir se juntar ao time de Anjo.
Sua habilidade mutante principal é a capacidade de se transformar em tubarão, mas ainda assim manter sua identidade e memória humanas. Outros poderes incluem: capacidade de sobreviver indefinidamente em água, superforça, supervelocidade, superresistência e garras e presas afiadas.
5. Capitão 7
O primeiro super-herói brasileiro foi criado nos ano 50 para uma série da TV Record. O criador do Capitão 7 foi também o ator que o interpretou: Ayres Campos. Mais tarde, o super-herói passaria da televisão para os quadrinhos com a editora Continental.
Antes de ser o Capitão 7, ele era um garoto chamado Carlos do interior de São Paulo. Quando a sua família ajudou um alienígena, ele agradeceu levando Carlos para o seu planeta. Que planeta era esse? O Sétimo Planeta, é claro! Já adulto, Carlos voltou à Terra com superpoderes e com a missão de salvar os mais fracos.
Na série, o herói não demonstrava grandes poderes mas com a liberdade dos quadrinhos, os quadrinistas levaram o Capitão 7 a novas possibilidades. Os seus novos superpoderes incluíam o voo, superforça, inteligência ao nível de um gênio, supervelocidade e invulnerabilidade. Mas seus poderes só funcionam se estiver usando o seu uniforme de super-herói – vestimenta que ele guarda em uma caixa de fósforos durante o seu dia a dia normal.
Curiosidade: o número do Capitão é uma referência à TV Record, sintonizada no canal 7 paulistano. Assim era fácil lembrar que ele era o "herói do 7" ou "herói da Record".
4. Magma
Amara Aquilla nasceu na cidade fictícia de Nova Roma, uma cidade construída na Amazônia e escondida dos olhares do mundo. Magma teve de fugir de Nova Roma para não ser sacrificada pelo seu próprio povo. Ela foi descoberta numa expedição dos X-Men ao Brasil, após anos vivendo escondida na selva.
Seus poderes se manifestaram quando foi jogada em um vulcão. Descobrindo o que era capaz de fazer, Magma derrota os vilões. Mais tarde fez parte dos Novos Mutantes e foi professora na escola do professor Xavier.
Os superpoderes de Magma a tornam capaz de assumir a forma de fogo e a ser imune ao calor e à chama. A mutante consegue controlar o movimento das placas tectônicas, causando abalos sísmicos.
3. Ya’Wara
Uma grande guerreira brasileira, Ya’Wara faz parte da tribo indígena Tapirapé que habita na floresta amazônica. A guerreira é amiga próxima de Aquaman e fizeram parte de um grupo chamado Os Outros.
Ya’Wara é uma telepata natural com uma ligação telepática com seu jaguar. A sua telepatia foi também referida por Aquaman, que compartilhou um elo mental nesse nível com ela.
O lugar de Ya’Wara é na floresta onde foi abençoada pela divindade que guarda a Amazônia. Sua ligação à terra faz da brasileira um ser com habilidades características do seu meio ambiente.
2. Fogo
Fogo é o codinome de Beatriz Bonilla da Costa, natural de uma aldeia da Floresta Amazônica. A heroína teve diversas profissões desde modelo, apresentadora de TV, agente secreta do governo federal, etc.
Mas foi enquanto membro dos Espiões Nacionais do Brasil que Beatriz viu sua vida mudar. Atingida por uma explosão de piroplasma, a brasileira ganhou superpoderes: é capaz de voar, lançar rajadas de fogo e, quando está em sua forma incandescente, qualquer objeto pode atravessar ela.
Fogo é ainda uma respeitada heroína que faz parte da Liga da JustiçaInternacional.
1. Mancha Solar
Roberto da Costa é certamente o super-herói brasileiro mais conhecido mundialmente, devido a seu papel nos Novos Mutantes dos X-Men. Filho de um empresário negro brasileiro e de uma arqueóloga americana branca, Roberto nasceu no Rio de Janeiro.
O jovem era um grande jogador de futebol e seus poderes se manifestaram durante uma partida de futebol, quando foi vítima de bullying.
Mancha Solar consegue absorver energia solar e metabolizá-la em força super-humana, convertê-la em impulso para permitir vôo ou redirecioná-lo como calor ou radiação infravermelha.
Bônus: Paragon
Não poderíamos incluir oficialmente Paragon por ela ser tudo menos uma super-heroína, mas seus poderes são incríveis demais para não serem mencionados.
Maya é o verdadeiro nome dessa personagem da Marvel que vem de uma aldeia indígena do Brasil. Sua vida mudou quando o Dr. Niles van Roekel a sequestrou e a transformou em uma ciborgue, utilizando tecnologia alienígena.
A jovem foi transformada em Paragon, um ser quase indestrutível e uma verdadeira máquina de guerra. Seus poderes são muitos: superforça, teletransporte, supervelocidade, superreflexos, consegue drenar vida de seres orgânicos e lançar rajadas energéticas.
Como se tudo isso não fosse suficiente, Paragon possui ainda lâminas retráteis e é capaz de se transformar sua pele em metal.
10 super-heróis brasileiros fodásticos das histórias em quadrinhos
Muitos brasileiros que curtem histórias em quadrinhos ficaram tão bitolados nos super-heróis da Terra do Tio Sam que se esqueceram completamente dos nossos super-heróis brazucas. Aliás, alguns, de tão bitolados, mal sabem que o Brasil também produz personagens com poderes equivalentes ou até mais interessantes do que vários figurões da Marvel ou da DC Comics.
Cara, a literatura brasileira em quadrinhos, do gênero super-heróis, é muito rica e só difere da Marvel e DC por causa da bilionária estrutura de marketing e distribuição. E nós, leitores, quase sempre somos engolidos por essa estrutura e acabamos nos esquecendo de tantas coisas boas produzidas aqui, na terrinha, e que só não vão para frente por falta de investimento e patrocinadores.
Nossos super-heróis são do cacete galera! Se eles tem o Capitão América”, nós temos o Capitão R.E.D; se eles arrebentam com a Mulher Maravilha, nós arrebentamos com a Velta; se eles tem super força e voam com Superman; nós voamos e envergamos aço com o Capitão Sete.
Por isso, neste post gostaria de prestar uma homenagem aos roteiristas, desenhistas e editoras independentes que lutam para promover os seus super-heróis. Ainda ontem, quando tive o insight de escrever esse post, cheguei a conclusão de que os verdadeiros super-heróis brasileiros são as pessoas que ficam atrás dos quadrinhos, ou seja, os roteiristas, desenhistas e editores independentes. Eles merecem todo o nosso respeito porque além de enfrentar o preconceito de que super-herói tupiniquim só serve para piada, ainda tem que lutar pela sobrevivência dentro de um contexto dominado por duas gigantes: Marvel e Comics.
Selecionei dez super-heróis brasileiros considerados os “bambans” do momento. Sei que é difícil encontrar nas bancas revistas em quadrinhos que abordem as aventuras dessa “tchurma”, mas vale à pena vasculhar em sebos, na internet e nas redes sociais atrás de alguma publicação perdida. Acredito que o “Santo Google” será de grande importância nessa hora. Não custa nada digitar à esmo palavras ou frases com os nomes dessa galera-super. Com certeza irão aparecer dezenas de links que lhe encaminharão para algum texto em pdf com o historio do brazucão ou então, endereços indicando onde se encontram as tão sumidas revistinhas em quadrinhos. Ao final do post deixarei alguns links onde vocês poderão encontrar algumas ‘cositas’, mas o meu conselho é fuçar e fuçar na internet e nas redes sociais. Lembre-se daquele ditado popular: “Os perseverantes sempre prosperam”.
E vamos com os nossos super-heróis brazucaços!
01 – Capitão 7
Oh! Oh! Oh! Adivinhe se não iria abrir essa relação com ele: o “pai” dos super-heróis brasileiros. O Capitão 7 surgiu no início dos anos 50 e pode ser considerado o primeiro super-herói brasileiro dos quadrinhos. Os outros só dariam as caras quase uma década depois quando pequenos editores brasileiros em parceria com desenhistas locais – aproveitando a onda de sucesso dos heróis da Marvel da Ebal - resolveram também criar seus clones. Mas o Capitão 7 nasceu bem antes dessa onda. Ele é oriundo da TV e só viria fazer parte da galeria dos super-personagens dos quadrinhos bem depois. Ele nasceu na TV Record de São Paulo e foi exibido ao vivo pela primeira vez em 1954 . Foi criado pelo ator e boxeador Ayres Campos, que também o interpretava. O Capitão tinha como assistente a então garota-propaganda da Record, Idalia de Oliveira. Contava com sua nave, onde observava as atitudes dos demais humanos na Terra. Quando encontrava alguém em apuros, descia da nave, vestia seu capacete e sua inconfundível roupa, com um "sete" atravessado por um relâmpago no peitoral. O número sete era por causa do canal. Assim, todos associavam o Capitão Sete, como o "herói da Record", "herói do 7".
O brazucão fez tanto sucesso na TV que acabou ganhando um gibi próprio que teve início em 1959 pela editora Continental/Outubro. Os quadrinhos eram desenhados por Jayme Cortez, Júlio Shimamoto, Getúlio Delphin, Juarez Odilon, entre outros artistas. Os roteiros das histórias eram desenvolvidos por Helena Fonseca, Hélio Porto e Gedeone Malagola.
E o sucesso do Capitão Sete não parou por aí. Ele teve vários produtos licenciados nos anos 50 e 60 como lancheiras, bonequinhos, etc.
Os poderes do Capitão Sete eram idênticos aos do Superman. Ele podia voar e se mover com grande velocidade. Também possuía super-força, sendo praticamente invulnerável. Seus poderes , no entanto, funcionavam completamente apenas enquanto estava usando seu uniforme especial, que Carlos (alter-ego do Capitão) mantinha guardado em uma caixa de fósforos enquanto mantém a sua identidade civil.
02 – Raio Negro
Raio Negro foi criado no final de 1964 pelo roteirista, desenhista e editor de quadrinhos Gedeone Malagola, cuja origem lembra um pouquinho o Lanterna Verde. O uniforme do herói se assemelha ao do Ciclope dos X-Men (na década de 60). Mas, segundo Gedeone, o visor usado pelo Raio Negro não tem nada a ver com o visor do líder dos X-Men.
O desenhista brasileiro se inspirou no Lanterna Verde para criar o seu herói tupiniquim, mas com uma diferença: enquanto o americano Hal Jordan (identidade do Lanterna Verde) era um aviador civil, o brasileiro Roberto Salles (o Raio Negro) era um piloto militar da Força Aérea Brasileira (FAB).
A biografia do herói é bem interessante. Certo dia, o tenente Roberto Salles é enviado da base da FAB ao espaço numa missão secreta em vôo orbital, onde acaba sendo capturado por um disco voador. No interior da nave está um ser agonizante chamado Lid, oriundo do planeta Saturno. Vale lembrar que a nave havia sido atingida por um meteoro. Roberto Salles, então, recebe instruções do alienígena e consegue desviar a nave e chegar até Saturno. Naquele planeta, recebe como recompensa de Lid – por ter salvado a sua vida – um anel de luz negra feito com a energia magnética de Saturno que lhe dá super poderes como super velocidade, força sobre-humana, capacidade para voar, além de raios de energia que saem de seu anel. O tenente da FAB, finalmente volta á Terra, prometendo usar o anel somente para fazer o bem, assumindo uma nova identidade para combater os criminosos.
Seu arquiinimigo é o Capitão Op-Ort, cujo nome verdadeiro é Duarte Rodrigues, cientista especializado em robótica e que foi afastado das Forças Armadas por desequilíbrio mental.
Nos anos 60, Malagola roteirizou e desenhou Raio Negro em 24 aventuras, sendo publicadas também em almanaque e na revista “Edições GEP” (estrelada pelos X-Men).
Anos mais tarde, uma nova tentativa foi feita, desta vez pela editora ICEA, mas também fracassou. Em 1998, o brazucão daria as caras novamente, mas na revista “Metal Pesado”, especialista em quadrinho brasileiro, que publicaria apenas uma aventura do “Raio”
Finalmente, em 2006, o ‘dito cujo’ participaria da sexta edição da Revista do Herói onde se encontra com outros supe-heróis brasileiros. Bem... nos anos seguintes, Raio Negro não deu mais as caras.
03 – Velta
Tudo bem que a Mulher Maravilha é um mulherão, daquelas de derrubar queixo, orelha, nariz, enfim, a cara toda, mas cá entre nós, a Velta não fica atrás. Olha só a estampa da ‘fera’ aí do lado. Viu? Não estou falandoescrevendo a verdade? E não é só na beleza que ambas concorrem ‘pau a pau’. Nos super-poderes, também. Talvez, a Mulher Maravilha leve uma pequena vantagem, mas a nossa Velta é fod.. (desculpem o entusiasmo – rs).
A personagem que pode ser considerada a musa das histórias em quadrinhos brasileiras foi criada pelo artista gráfico e quadrinhista paraibano, Emir Ribeiro, em 1973 e continua sendo publicada até nos dias de hoje. Taí galera! Velta conseguiu resistir ao tempo e principalmente a avalanche de super-heróis e heroínas americanas. Também com essa baita estampa!
A heróina ‘viajou’ por todos os tipos de publicações, primeiro em jornais, depois em revistas e fanzines e, finalmente, em álbuns luxuosos. Ah! Pasmem: as suas histórias foram publicadas até mesmo em livros!
Agora, detalhando um pouco a nossa beldade verde e amarela; Velta é o alter ego de
uma adolescente de Belo Horizonte chamada Kátia Maria Lins. Ao ajudar um extra-terrestre a se recuperar da gravidade da Terra, Kátia acaba recebendo parte dos super-poderes do ET, sendo alterada geneticamente. A partir de então, sempre que quer, ela se transforma numa loira gigantesca de olhos azuis com dois metros de altura e total resistência a fatores como o calor e doenças. Sua marca registradas são os raios luminosos e explosivos que dispara de suas mãos.
uma adolescente de Belo Horizonte chamada Kátia Maria Lins. Ao ajudar um extra-terrestre a se recuperar da gravidade da Terra, Kátia acaba recebendo parte dos super-poderes do ET, sendo alterada geneticamente. A partir de então, sempre que quer, ela se transforma numa loira gigantesca de olhos azuis com dois metros de altura e total resistência a fatores como o calor e doenças. Sua marca registradas são os raios luminosos e explosivos que dispara de suas mãos.
Velta foge um pouco dos padrões dos super-heróis ‘certinhos’, do tipo ‘bom moço e boa moça’, já que ela combate o crime por outros motivos: por exibicionismo ou simplesmente para ganhar dinheiro. Nadica de defender personalidades famosas ou então os mais fracos ou oprimidos; ela tinha suas próprias prioridades, embora sua índole sempre pendesse para o bem.
04 – Judoka
O gibi “O Judoka” foi publicado entre 1969 e 1973 pela editora Ebal e inicialmente quem estrelava os quadrinhos não era Carlos da Silva, mas um tal “Mestre Judoca”, personagem desenvolvido pela Charlton Comics (atualmente DC Comics), porém a revista original não emplacou e acabou sendo cancelada nos Estados Unidos logo na sexta edição. Ocorre que os responsáveis pela Ebal foram com a cara do Mestre Judoca e acreditavam que as histórias do herói gringo poderiam continuar emplacando por aqui, tanto é que, apesar dos quadrinhos terem sido um fracasso nos states, no Brasil, eles faziam sucesso.
Dessa forma, a Ebal resolveu dar sequência nas aventuras do “Judomaster” ou “Mestre Judoca”, mas por questões contratuais, foi obrigada a criar uma versão brasileira do herói. Pronto! Nascia assim, o nosso Judoka com histórias escritas por Pedro Anísio e a arte desenvolvida pelo jovem desenhista Eduardo Baron. Tanto Anísio quanto Baron que eram grandes amigos dos donos da Ebal não se recusaram em atender o pedido da alta cúpula da editora.
Em outubro de 1969 chegaria as bancas o número 7 da revista “O Judoka”, marcando a estréia do personagem genuinamente brazuca. Na realidade o herói se chama Carlos, um jovem praticante de judô, que tem como mestre o sábio Minamoto. Ele e sua namorada, Lucia, decidem usar suas habilidades marciais contra o crime. Ambos vestem uma máscara e um quimono estilizado com as cores verde e branco.
Em 2013 escrevi um post inteiramente dedicado ao Judoka onde dou informações detalhadas sobre a sua origem. Aqueles que quiserem saber mais sobre a ‘fera’, basta acessar aqui.
05 – Quebra-Queixo
Quebra-Queixo é um policial que faz parte de um esquadrão da polícia chamado “Força Zero”. Digamos que esse esquadrão seja um daqueles que vivem na moita. Entenderam? Quando ‘o negócio esquenta’, os comandantes, generais ou seja lá o quer for, chamam os brutamontes da Força Zero para quebrar algumas pernas, costelas, braços e é claro, queixos. O maioral desse esquadrão é o pavio-curto Quebra-Queixo que nunca leva desaforo pra casa. O anti-herói durão e de paciência curta com o auxílio de seus amigos da Força Zero combatem o crime na caótica mega-megalópole de Nova Fronteira, uma cidade onde o caos provocado por perigosas e sanguinárias gangues prevalece.
Quebra-Queixo foi criado em 1983 e tem como poderes super-força e resistência sobre-humana. Seu autor, Marcelo Campos, nasceu em Três Lagoas e já desenhou vários super-heróis para o mercado americano, além da execução de trabalhos para editoras nacionais, como as revistas da Xuxa, Sérgio Mallandro, Faustão, entre outros.
As aventuras do anti-herói continuam sendo publicadas nas mais variadas formas e conquistando leitores em todo o país com suas histórias repletas de violência e bom humor. As revistas e gibis do Quebra-Queixo podem ser facilmente encontradas nas bancas e livrarias.
06 – Papo Amarelo
Pode ser que eu esteja errado, mas na minha humilde opinião, Papo-Amarelo é o herói que mais se identifica com o nosso País.
Idealizado pelo cartunista Moacir Torres que também é o responsável pela criação da ‘Turma da Gabi’, o “Papo” nasceu no finalzinho de 2013, cujo financiamento foi possível graças à Lei Rouanet pelas mãos da produtora OPA Cultural.
Para que a galera entenda a importância desse super-herói em termos didáticos, basta dizer que a sua história em quadrinhos chegou a ser distribuída nas escolas da Rede Pública de Indaiatuba, litoral de São Paulo.
O nosso protagonista é um herói ecológico que tem como missão salvar os animais dos traficantes e proteger a natureza e as populações ribeirinhas que dependem da pesca e da coleta. Papo-Amarelo representa a antítese daquilo que os ecologistas mais desprezam: a devastação da região amazônica pelo homem inconseqüente.
Em março de 2015 foi lançada a sua revista em quadrinhos impressa. O ‘Herói Ecológico’ como ficou conhecido tem suas aventuras ambientadas na Amazônia. A publicação de 20 páginas em preto e branco, editada pela Universo Editora e EMT, é vendida em eventos promocionais de HQs brasileiras e livrarias especializadas.
Papo Amarelo é muito inteligente e perspicaz, capaz de rastrear e descobrir esconderijos de criminosos através de pistas ínfimas. Além disso tem força, velocidade e habilidades desenvolvidas de combate corpo a corpo. Antes de se tornar o herói ecológico, ele era o capitão Chico, de apenas 22 anos, paraense e um dos policiais florestais designados a proteger os ribeirinhos e as florestas do Matogrosso e da Amazônia.
Certo dia, o capitão Chico presenciou a morte de um amigo, brutalmente assassinado por caçadores de jacarés que estavam agindo no Pantanal. Ele, então, persegue e mata os bandidos. Depois disso, ele faz uma promessa de sempre proteger a fauna, a flora e a população ribeirinha dos chamados ‘invasores-predadores’. Capitão Chico inspira-se nos heróis dos gibis de sua infância e confecciona uma roupa toda verde e bem diferente, para impossibilitar o seu reconhecimento junto aos caçadores, madeireiros e garimpeiros ilegais da região. A partir daquele instante, a natureza, os animais das florestas brasileiras ganharam um importante aliado.
Para enfrentar seus inimigos, Papo Amarelo utiliza somente os punhos, os pés e a mente, armas essas que são mais eficazes que qualquer arma de fogo. Assim, surge aquele que se tornaria uma lenda viva entre os índios e ribeirinhos da Amazônia e Matogrosso.
07 – Meteoro
Meteoro é uma criação do monstro sagrado dos quadrinhos brasileiros, Roberto Guedes que é editor, tradutor e autor dos livros “A Era dos Super-Heróis Brasileiros” e “Quando Surgem os Super-Heróis”.
Publicado pela primeira vez em 1992, Meteoro protagonizou diversas revistas no decorrer desses 23 anos. Há aproximadamente quatro anos, Guedes decidiu reformular a sua criação, apagando características antigas e criando novidades. Com isso, Meteoro ganhou uma nova identidade secreta e uma origem reformulada que certamente agradou aos seus fãs, já que a HQs continua sendo publicada normalmente.
O personagem é o mais bem sucedido entre os heróis criados por Guedes em diversos fanzines.
O ‘antigo’ Meteoro que surgiu no início dos anos 90 era um adolescente chamado Ric Marinetti que morava com os avós, já que era desprezado pelo pai Cesar Marinetti. Ric ainda carregava um caminhão de concreto por uma garota estonteante que estudava em sua escola. Mas Ronei Moraes, um playboy arrogante ao extremo, também era apaixonado pela tal garota estonteante.
As coisas começam a melhorar na vida de Ric quando certo dia um meteorito cai no jardim de sua casa jogado por alienígenas que tinham a intenção de destruir a Terra. Pra variar, Ric toca no metorito, por curiosidade e imediatamente ganha super-poderes como força, velocidade e capacidade de voar. Dessa forma, nascia um dos mais populares heróis canarinhos.
Após as mudanças no personagem promovidas por Guedes, ele deixou de se chamar Ric Marinetti e tornou-se Roger Mandari. O seu uniforme também foi alterado. Quanto ao meteorito que lhe conferiu poderes especiais no passado, esqueça. Dessa vez, a história conta que o garoto adquiriu seus poderes através de uma entidade misteriosa para se tornar o “Campeão do Bem”.
08 – Crânio
Olha só, mais um super-herói que tem a Amazônia como área de atuação. Criado por Francenildo Sena em 1988, Haran era um príncipe do planeta Stron, mas ao ser acusado, injustamente, pelo seu irmão da morte do pai, acabou sendo banido para o planeta terra, não sem antes, ter sofrido uma lavagem cerebral.
A cápsula que transportava Haran acabou caindo na floresta Amazônica, no Brasil. O alienígena é descoberto pelos militares e passa a ser perseguido pelas forças armadas do governo brasileiro que o considera um perigo para o planeta. Como Haran consegue escapar de todas as investidas do exército, ele passa a ser conhecido por “Crânio”.
O Crânio pode lançar raios pelas mãos e pelos olhos, além de voar. Esses poderes são considerados dons naturais de todos os stronianos, mas na atmosfera terrestre são ampliados centenas de vezes, tal qual acontece com o kriptoniano Superman.
Crânio continua fazendo muito sucesso e hoje, tem vários fanzines com suas histórias, além de participar de crossovers em revistas de outros super-heróis como o Lagarto Negro.
09 – Lagarto Negro
E por falar nele... Bem, o Lagarto Negro que surgiu nos quadrinhos em 1988 tem algumas peculiaridades, entre as quais, uma bem estranha: a sua identidade secreta que nunca foi revelada!! Esta opção de seu criador, Gabriel Rocha, levou os inúmeros fãs do personagem à loucura, pois a medida que o herói ia ‘caindo’ no gosto popular com as suas aventuras, os leitores queriam saber quem era o cara que se escondia atrás daquela roupa negra. Interessante, não acham?
O Lagarto Negro não tem super-poderes. Ele é um sujeito normal com treinamento em guerrilha urbana que prefere fazer uso de armas não letais, como o seu inseparável nunchaku. A roupa negra cobre qualquer aspecto que possa revelar alguma pista sobre a verdadeira identidade do herói mascarado.
A única pista sobre o cara que se esconde atrás da máscara é que antes de ser o Lagarto Negro, ele trabalhou como instrutor do batalhão de operações especiais da Polícia Federal. Fez especialização em guerrilha urbana e antiterrorismo em Israel. Ele pensa que a disciplina conduz à força, odeia corrupção policial e é torcedor do América Futebol Clube do Rio de Janeiro. Em determinado momento de sua vida, ele descobre um esquema de corrupção dentro de seu trabalho e acaba batendo de frente com os corruptos. Resultado: é incriminado pela própria corporação por algo que não fez.
Para escapar de uma prisão injusta, ele foge e simula a própria morte. Neste momento, o policial é recrutado por uma organização não governamental para trabalhar como agente especial no combate ao crime organizado e a corrupção na várias esferas do governo.
Rocha escolheu como cenário para as aventuras de seu personagem, a cidade do Rio de Janeiro. Não a cidade glamourosa dos maravilhosos pontos turísticos, mas a cidade do submundo do crime.
10 – Capitão R.E.D
Olha aí o nosso Capitão América! E ele não conta com nenhuma ajuda de super soro e escudo de adamantium ou vibtanium. O Capitão R.E.D enfrenta os seus inimigos no muque ou seja, com a sua própria força sem o auxílio de alguma poçãozinha que lhe confira super-poderes.
O personagem é uma criação do escritor, roteirista e publicitário Elenildo Lopes que começou a desenhar quadrinhos ainda na adolescência. A revista que apresentou o Capitão R.E.D para galera foi lançada em 2012 pelo selo independente “Meu Herói”.
Segundo Lopes, a inspiração para a composição do personagem foi o Capitão Nascimento do filme Tropa de Elite e brilhantemente vivido pelo ator Wagner Moura.
O Capitão R.E.D é um super-soldado que combate o crime e a corrupção num Rio de Janeiro futurista onde o crime organizado tomou conta do estado e de outras instituições.
Ellano é um militar modificado e criado para a organização R.E.D – Distrito de Risco e Emergência de onde ele leva o nome. Graças a alta tecnologia dessa organização, ele usa uma unidade-armadura de ataque e defesa, além de um super escudo feitos de um material chamado de D.I.N, uma composição dos materiais mais resistentes que existem no mundo todo. Como não bastasse, ele possui um canhão que leva no braço direito que dispara lasers, mas nada de super-poderes como o soldado queridinho do Tio Sam. Como já disse, o nosso capitão resolve as suas ‘pendengas’ sem nenhum sorinho da força.
Ah! Vale à pena citar uma curiosidade: enquanto o Capitão América transporta o seu escudo preso nas costas, o Capitão R.E.D coloca o seu acoplado no peito.
Enfim, capitão R.E.D. é o cara e que cara!
Pra finalizar o post deixo os links, onde vocês poderão encontrar mais informações sobre essa galera e suas HQs.
01 – Capitão R.E.D: www.capitaored.com.br
02 – Papo Amarelo: www.papo-amarelo.blogspot.com.br
03 – Velta: www.emirribeiro.com.br
04 – Raio Negro: http://blogmaniadegibi.com/2012/11/gedeone-malagola/
05 – Meteoro: http://guedes-manifesto.blogspot.com.br/
08 – Quebra-Queixo: http://devir.com.br/hqs/quebra-queixo_v003.php
09 – Crânio: http://francinildosena.blogspot.com.br/
10 – Lagarto Negro: http://www.lagartonegro.com.br/
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