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segunda-feira, 6 de março de 2017

A dublagem não é imprestável, nem é lixo, nem é coisa de ignorante!

Escrevi isso já faz mais de um século e meio, mas iremos lá:


A Verdadeira Arte por Trás da Dublagem!

Não é de hoje que vejo pessoas afirmarem que a dublagem é uma droga, pelo que 
distorce o sentido original das falas e a interpretação oral do elenco. Inclusive e 
principalmente, pelo que as falas traduzidas devem caber nos lábios dos atores 
originais, muita coisa se perde, que é justamente porque as falas, quando traduzidas, 
muitas vezes, saem maiores ou menores do que as falas originais.

Uma vez mesma, por exemplo, fui assistir a Dança com Lobos em vídeo, pelo que em 
dado momento, a personagem de Kevin Costner diz na dublagem que está na tribo 
há trinta dias e na legenda que está na tribo há quase trinta dias. Sem contar que na 
tradução, muitas vezes, usam gírias e sotaques para tornar o texto mais 
engraçado, ou, ainda, para torná-lo eufemista.

O eufemismo consiste em fazer uma leve alteração em uma palavra, expressão, 
oração ou frase de tal jeito a torná-la bem mais leve e suave. Um exemplo disso é a 
palavra vagalume, que seria cagalume, que seria uma alusão à ideia original de 
que o inseto em questão cagaria a própria luz, pelo que ela sai de seu traseiro. 

Voltando à questão original, a dublagem existe porque existe quem aceite fazê-la e vê-
la, pois, caso contrário, não existiria porque ela haver sido criada afinal. Até porque, 
existem crianças, cegos e analfabetos que gostam de filmes, séries de TV e musicais 
teatrais. Fora pessoas que não possuem tempo, paciência, interesse e disposição em 
lerem as legendas.

E, de resto, têm casos em que a dublagem é uma verdadeira arte, pelo que cito 
Chaves como exemplo. O nome da série em espanhol é El Chavo del Ocho, 
que seria, literalmente, O Moleque do Oito. No Brasil e Angola, dublaram como 
Chaves, sem o do Oito, pelo que o Oito era uma referência ao canal original que o 
exibia lá no México, referente à antiga TV Tim (Televisión Independente del México), 
que se fundiu ao Telesistema Mexicano, assim gerando a Televisa (Televisión via 
Satélite).

Para manter o nome do programa, Roberto Gómez Bolaños, o criador e 
intérprete do Chaves sugeriu que ele moraria no apartamento oito, o qual jamais foi 
visto. Daí, quando o Chaves apronta alguma coisa, todos gritam: "Tenía que ser el 
Chavo del Ocho!", frase esta dublada como "Só podia ser o Chaves mesmo!" "Tinha 
que ser o Chaves mesmo!", "Tinha que ser o Chaves de novo!".

Quando o Chaves canta a canção "Que bonita sua roupa", ele diz na dublagem que é 
o famoso Chaves. Da mesma maneira, em Vamos Todos a Acapulco, o Senhor 
Barriga chama o Chaves na dublagem de o menino Chaves. Apenas em A Venda da 
Vila – Parte 2 que não deu para abolir o del Ocho na dublagem, pelo que o Senhor 
Barriga e Chaves conversam: "Onde é que você mora?" "No oito! É por isso que 
todos me chamam de Chaves do Oito!".

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